Quais são os limites para uma infância onde ensinamos a importância dos hábitos de higiene e autocuidado, mas não incentivamos um consumo descontrolado ou um excesso de vaidade, especialmente nas meninas?
O autocuidado é necessário para todos nós, crescer sabendo a importância de uma boa alimentação, da hidratação da pele, do toque e da massagem como fonte de autonutrição, do amor por nosso próprio corpo e o respeito com os limites que ele nos mostra, asseguram um desenvolvimento na vida adulta muito mais saudável.
A exposição precoce de crianças a cosméticos de skincare tem gerado preocupação entre especialistas devido a diversos riscos físicos e psicológicos. A pele infantil é mais fina e sensível, absorvendo mais facilmente as substâncias dos produtos, o que pode causar irritações, alergias, dermatites e até danos hormonais por conta de desreguladores endócrinos presentes em muitos cosméticos.
Além dos efeitos físicos, há um impacto na saúde mental das crianças e pré-adolescentes, que são influenciadas por padrões irreais de beleza disseminados nas redes sociais, levando a comportamentos obsessivos com a aparência, conhecidos como "cosmeticorexia". O uso precoce de produtos potentes, como cremes anti-idade, retinol e ácidos, não é recomendado para essa faixa etária, pois pode prejudicar a pele e a autoestima.
Os chamados “skinfluencers”, influenciadores focados em cuidados de pele, têm aumentado a preocupação entre os dermatologistas. “A exposição a conteúdos inadequados pode resultar em práticas prejudiciais, especialmente considerando que a pele das crianças apresenta características únicas”, explica o presidente da SBD, Dr. Heitor de Sá Gonçalves.
Estudos indicam que quanto menor a exposição a cosméticos na infância, melhor para a saúde da pele e do organismo, já que a sensibilização e os efeitos adversos podem ocorrer mesmo após múltiplas exposições. Especialistas recomendam cuidados simples, como limpeza com sabonete neutro, hidratação leve e uso de filtro solar adequado, evitando maquiagens e produtos não indicados para crianças, que devem ser usados apenas em ocasiões especiais e sob supervisão adulta.
Para os jovens acima de 10 anos, é comum que cresça o interesse em produtos de skincare ou uso de esmaltes, mas já existem evidências do aumento dos sintomas de acne que chegam junto com a puberdade, é necessário orientar as meninas na valorização do próprio corpo e a esperar o maior tempo possível para se expor a qualquer cosméticos de uso comum por adultos. Felizmente já é possível encontrar alguns cosméticos infantis naturais e mais adequados, no entanto não podemos esquecer das questões psiclógicas e emocionais envolvidas nisso.
Em resumo, a tendência crescente do skincare infantil, impulsionada por influenciadores digitais e redes sociais, traz riscos que incluem irritações cutâneas, alergias, alterações hormonais e impactos psicológicos, exigindo cautela, orientação adequada e regulamentação mais rigorosa para proteger a saúde das crianças.
Dicas de produtos que vale a pena inserir na rotina das crianças:
- Óleo vegetal para massagem
- Cremes hidratantes e manteigas
- Sabonetes naturais
- Pomadinhas para tratar a pele
- Protetor solar para proteger do sol
Fonte de citação da SBD - https://www.sbd.org.br/no-mes-das-criancas-sbd-alerta-sobre-skincare-infantil/
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