Sabemos que os bebês são muitos sensíveis aos aromas já desde os primeiros dias de vida. O primeiro cheiro com o qual eles convivem começa ainda dentro do útero, você sabia? Depois vem o cheiro da mãe e do leite que os alimenta, cheiros que pra eles é uma questão de sobrevivência e conforto.
O desenvolvimento de todas as funções e capacidades dos bebês acontece lentamente mês a mês, assim como a capacidade de comer alimentos ou sentar sozinhos, então não poderia ser diferente com o olfato.
É comum ouvir dos pediatras e intuitivamente muitas mães já sabem que não devem usar perfumes fortes e sintéticos nos primeiros meses de vida do bebê. Os estímulos olfativos devem ser graduais e com os óleos essenciais devemos pensar da mesma forma, pois apesar de naturais, são fortes para os pequenos olfatos em desenvolvimento.
O olfato do bebê começa a dar os primeiros sinais de desenvolvimento olfativo ainda na barriga de sua mãe: pesquisas apontam que a o líquido aminiótico absorve parte do gosto e cheiros dos alimentos que a mãe ingere e muitas outras pesquisas afirmam que o bebê tem a capacidade de ser guiado pelo cheiro do leite materno até o seio da mãe quando colocado em seu peito.
Durante o processo que chamamos de exterogestação, onde o bebê continua grande parte de sua adaptação com o mundo fora da barriga, o olfato é parte fundamental desse processo, pois o reconhecimento entre a mãe e o bebê se dá através do cheiro, produzindo o famoso “hormônio do amor”, a ocitocina.
É comum que tenhamos lembranças da infância ao sentir aromas de alimentos ou objetos antigos, nos provando que os aromas estão diretamente ligados às memórias no decorrer de nossas vidas.
Na Psicoaromaterapia estudamos os efeitos que os óleos essenciais possuem em nossas emoções e pesquisas já foram feitas com a relação do bem estar dos bebês e alguns óleos essenciais.
Um estudo científico publicado em 2007, conduzido por uma equipe pesquisadores e médicos, comprovou que o aroma de baunilha diminuiu em até 82% as crises de apneia (bloqueios respiratórios) em bebês prematuros. O estudo foi feito submetendo os bebês à esse aroma ainda na incubadora. (Referências à esse estudo no livro Cuidando dos Filhos com Óleos essenciais, Daniely Festy, 2017, pag.7)
Pensando no bem estar olfativo, ainda imaturo, dos bebês com até 3 meses é que preferimos não expor os bebês à muitos cheiros de óleos essenciais, mas algumas dicas podem ser valiosas.
Quando o bebê chega em casa
Pingue algumas gotas de ABS de Baunilha nos lençóis ou algum objeto de tecido no quarto do bebê. Quando falamos de aroma de Baunilha, estamos falando do ABS de Baunilha, que é um aroma natural, não o substitua por um aroma sintético.
Aromatização do ambiente
É comum que nos perguntem se é possível colocar óleos essenciais em difusor de ambientes para o bem estar do bebê nos primeiros 3 meses de vida e a resposta é sim! Mas com ressalvas.
Com difusores de ambiente podemos usar óleos essenciais seguros como a Lavanda Francesa ou Camomila Romana desde que o bebê não esteja no local durante a difusão, por exemplo: podemos fazer a limpeza do ambiente ou uma aromatização no quarto para criar um rotina de sono que poderá ajudar no reconhecimento do bebê para esse momento, ou mesmo pensando no conforto e bem estar da mãe que precisa relaxar um pouco para lidar com essa adaptação.
Você pode encontrar outras dicas de segurança para o uso de óleos essenciais em bebês no artigo Segurança para uso de óleos essenciais em bebês.
Referências de estudo e Recomendação de leitura
Cuidando dos Filhos com Óleos Essenciais. Daniely Festy. Ed. Laszlo, 2017.
Aromaterapia para crianças saudáveis. Valerie Ann Worwood. Ed. Laszlo, 2019.
O Grande Manual de Aromaterapia de Dominique Baudoux. Dominique Baudoux. Ed. Laszlo, 2018.